ILHÉUS

“Só Gabriela parecia não sentir a caminhada, seus pés como que deslizando pela picada muitas vezes aberta na hora a golpes de facão, na mata virgem. Como se não existissem as pedras, os tocos, os cipós emaranhados. A poeira dos caminhos da caatinga a cobrira tão por completo que era impossível distinguir seus traços. Nos cabelos já não penetrava o pedaço de pente, tanto pó se acumulara. Parecia uma demente perdida nos caminhos. Mas Clemente sabia como ela era deveras e o sabia em cada partícula de seu ser, na ponta dos dedos e na pele do peito. Quando os dois grupos se encontraram, no começo da viagem, a cor do rosto de Gabriela e de suas pernas era ainda visível e os cabelos rolavam sobre o cangote, espalhando perfume. Ainda agora, através da sujeira a envolvê-la, ele a enxergava como a vira no primeiro dia, encostada numa árvore, o corpo esguio, o rosto sorridente, mordendo uma goiaba.”

Este é um trecho do livro Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado, onde a protagonista esbanja, apesar da simplicidade, muita beleza e sensualidade na década de 20, em Ilhéus.

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Não somente famosa por suas plantações de cacau e por Gabriela, Ilhéus é uma cidade tão charmosa que foi conhecida, pelos próprios baianos, por "Princesinha do Sul". Ela foi fundada em 1534 e localiza-se a uma hora da capital da Bahia, Salvador.

A cidade possui tanto pracinhas para descansar quanto um ótimo calçadão para caminhar em direção ao centro histórico...

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Centro Histórico

Biblioteca Adonias Filho e o Arquivo João Mangabeira

O prédio foi inaugurado como colégio Grupo Escolar General Osório, em 31 de dezembro de 1915, sendo a primeira escola pública municipal. Apenas no ano de 2002, após uma reforma, tornou-se uma biblioteca, fornecendo não apenas livros, filmes e internet de livre acesso, mas também abrigando exposições culturais.

Catedral de São Sebastião

Com 47 metros altura, foi inaugurada nos anos 60 e hoje é um dos principais cartões postais da cidade.

Amo essa foto! A Catedral vista de outro ângulo, da Praia da Avenida.

Ainda na Praça Dom Eduardo, no coração da cidade, encontra-se o Bar Vesúvio, um dos cenários do romance de Amado(citado no início deste post). Infelizmente, ele estava sendo reformado justo na época em que estávamos lá.

Curiosidade sobre ele: Foi aberto em 1920 por dois italianos.

Logo ao lado, está a Sorveteria Ponto Chic. Por estar localizada na rua Jorge Amado, virou ponto dos turistas baterem cartão quando visitam a cidade; o que não é nada mal, pois ela oferece deliciosos sorvetes artesanais, combinando perfeitamente com o clima do local.

Casa de Cultura Jorge Amado

Onde ele escreveu seu primeiro romance "O país do Carnaval". O acervo do escritor baiano tem suas fotografias, vestimentas, algumas capas de seus livros, imagens religiosas e acessórios.

• Ingresso: R$5,00

Palácio do Paranaguá

Seu nome foi devido ao sobrenome do marquês João Lustosa da Cunha Paranaguá, que levou a Vila de São Jorge dos Ilhéus à categoria de cidade, no ano de 1881, através de lei provincial. Foi construído em 1907, no mesmo local onde existiam ruínas de um colégio jesuíta.

Atualmente, é a sede da Prefeitura de Ilhéus.

Bataclan

O antigo cabaré foi frequentado por poderosos coronéis de cacau e hoje funciona apenas como centro cultural e restaurante.

Site: http://bataclan.com.br/

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Praia da Avenida

Tem seu nome devido a sua localização, pois a avenida principal de Ilhéus, Soares Lopes, margeia toda a praia.

Como citamos acima, dela pode-se ver a Catedral São Sebastião.

Ela é bem tranquila e, no dia que fomos, continha apenas uma barraquinha.Conversamos com o dono que nos disse que só foi à praia trabalhar pois soube que o cruzeiro estava na cidade(no caso, o "nosso" navio).

Apesar de não entrarmos no mar, curtimos muito o momento, relaxando com a brisa, cervejinha gelada(pra ele) e água de coco(pra mim).

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Data da viagem: 21/março/2017.